Produção e Vendas: indústria recua, digital cresce em importância

Notícias – Nespe

Na manhã desta quarta-feira, os presidentes da Câmara Brasileira do Livro, Sevani Matos, e do Sindicato Nacional de Editrores de Livros, Dante Cid, se juntaram à economista Mariana Bueno, da Nielsen, para apresentar os resutados da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro.

O estudo anual evidencia o desempenho do conjunto das editoras brasileiras. Os resultados apresentados hoje mostram como a industrial nacional do livro se comportou em 2023.

No geral, as editoras apresentaram queda nominal (não considerando a inflação) de 0,8% nas vendas realizadas a mercado, não levando em conta aqui as vendas governamentais. Se considerar a inflação, essa queda é de 5,1%.

A queda é explicada pela redução de 8% no número de exemplares vendidos, o que é muito preocupante. E a diminuição só não foi maior porque houve um aumento nominal de 7,9% no preço médio do livro. Descontada a inflação, o reajuste de preços foi, em média, de 3,2%.

Subsetores

A pesquisa divide as editoras respondentes em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científico, Técnico e Profissionais). Didáticos (+1,2%) e Religiosos (+4,5%) foram os únicos que apresentaram crescimento nominal. Obras gerais apresentou queda de 2,5% e CTP – que já vinha sendo castigado nos últimos anos – teve a variação mais significativa, com queda de 5,9%.

Canais

Em 2022, as Livrarias Exclusivamente Virtuais, aquelas varejistas que operam exclusivamente no on-line, alcançaram topo do ranking dos canais de vendas. Em 2023, isso se manteve, consolidando essa nova liderança.

Ainda falando dos canais, outro tópico que chama a atenção na pesquisa foi o crescimento em importância do canal Site Próprio e Marketplace, quando as editoras vendem diretamente aos leitores, seja via e-commerce próprio ou de terceiros. Pela primeira vez, esse canal figurou entre as cinco posições do ranking. Essa modalidade de venda respondeu por 7,5% do faturamento total do setor.

A produção e as vendas

Em 2023, as editoras produziram 320 mil exemplares de 45 mil títulos, 10,8 mil (24%) deles foram lançamentos. Isso representa queda de 1,5% do número de novos ISBNs lançados no ano anterior.

As editoras brasileiras venderam 328 milhões de unidades (+4,5% em relação a 2022), sendo 172 milhões a mercado (-8%) e 155 milhões a governos (+23,1%). Com essas vendas, elas apuraram faturamento de R$ 6,2 bilhões (+12,8%), sendo R$ 4 bilhões a mercado (-0,8%) e R$ 2,2 bilhões aos governos (+23,1%).

Crescimento das vendas governamentais

Em comparação com 2022, houve crescimento de 23,1% no número de exemplares vendidos a governo. O faturamento nesta mesma modalidade de vendas cresceu 51,4% nesta mesma base de comparação.

Esse aumento se dá em função de diversos fatores, entre eles, diferenças de ciclos compradas e pagamento de faturas atrasadas.

Outro dado importante aqui foi o crescimento/retomada do PNLD Literário. Em 2022, foram 3,16 milhões de unidades vendidas e em 2023 subiu para 26,5 milhões. Em faturamento, o PNLD Literário cresceu de R$ 22 milhões para R$ 324 milhões, aumento de 138,6%.

Conteúdos Digitais

O faturamento das editoras com a venda de conteúdos digitais (e-books, audiobooks e plataformas educacionais) cresceu 39% em termos nominais e 33% em termos reais, já descontada a inflação. Esse crescimento é explicado pelo desempenho das plataformas educacionais (+68%) – desenvolvidas, normalmente, pelas editoras de didáticos – e pelas bibliotecas virtuais – normalmente oferecidas pelas editoras de CTP (+59%).

De acordo com o estudo, nos últimos cinco anos, o faturamento das editoras com conteúdos digitais apresentou crescimento de 158%, em termos reais.

E mais importante: a importância do digital no faturamento das editoras mudou de patamar e hoje representa 8%, passando da barreira dos 6% registrados nos últimos anos.

Na categoria À La Carte, ou seja, quando há a comercialização de uma unidade inteira de e-book ou audiobook, a evolução do faturamento das editoras apresentou crescimento real de 18%. No caso dos e-books, o faturamento cresceu 17% em termos reais.

Para baixar a pesquisa, clique aqui.

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