O ano de 2018 foi um marco no setor livreiro nacional. As duas principais redes de livrarias do país daquele momento pediram recuperação judicial. Juntas, Saraiva e Cultura deviam quase R$ 1 bilhão. Isso num ano em que o varejo nacional de livros fechou com faturamento aproximado de R$ 1,5 bilhão, de acordo com o Painel do Varejo de Livros no Brasil.
Foi um grande baque para os editores.
A Saraiva parece começar a colocar a cabeça para fora da água. Registrou lucro no último trimestre, depois de anos operando no vermelho. E agora, começa a falar em crescimento da sua rede.
Reformulação do e-commerce da Saraiva
Na última segunda, a empresa anunciou que vai relançar o seu e-commerce e retomar o plano de expansão de lojas físicas.
A’O Globo, Marcos Guedes, CEO da empresa, reconheceu que ainda não tem geração de caixa suficiente, mas quer reconquistar clientes e voltar a crescer.
A ideia da Saraiva é que o site volte a ser um marketplace, com ofertas de terceiros que pagam uma taxa de remuneração ao site. A retomada foi desenhada por Germán Quiroga, que participou da criação da B2W e foi conselheiro da Centauro, varejista na área esportiva.
O foco das vendas proprietárias – as não realizadas por terceiros – ficará nos livros e nos itens de papelaria. Além disso, a Saraiva usará a sua malha de lojas para abrigar os estoques do e-commerce.
“Não queremos fazer competição de preço, nem inflar o caixa com o site. O plano é aumentar a relevância da Saraiva, complementar as lojas físicas e dar comodidade ao cliente”, disse Gudes ao diário carioca.
Novas unidades da Saraiva
A livraria, que chegou a ter 114 lojas, opera agora com 32 unidades. O plano é abrir mais dez até o fim de 2023. Ainda em 2022, a Saraiva prevê inaugurar uma nova loja em São Paulo.
As novas lojas serão menores e instaladas em cidades onde há poucas livrarias. A Saraiva abandonou o modelo de megastores. As poucas unidades neste formato serão reformuladas, incluindo as lojas de Porto Alegre, Sorocaba (SP) e Manaus. Marcos Guedes fala em lojas de até 500 m² e ainda avalia a possibilidade de unidades no formato de quiosques em shoppings.