A guerra tarifária de Trump pode afetar livreiros no Canadá

Notícias – Nespe

Em resposta ao tarifaço imposto por Donald Trump, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou um contra-ataque, com tarifas de 25% sobre mais de US$ 125 bilhões em produtos importados dos EUA para o Canadá a partir do próximo dia 2.

Em uma carta conjunta, os livreiros da Associação de Livreiros Independentes do Canadá e a Indigo, maior rede de livrarias do país, pediram a Carney que deixe os livros fora desta decisão.

O argumento é que isso traria “consequências devastadoras para os leitores canadenses, para os negócios e para o cenário cultural”. Isso porque a maioria dos livros vendidos no Canadá são publicados por editoras multinacionais, com matrizes no país. Livros escritos por autores canadenses, mas impressos e/ou distribuídos pelos estadunidenses enfrentariam a tarifa adicional.

Nas últimas décadas, editoras como Simon&Schuster, Penguin Random House e HarperCollins, gigantes do setor nos dois países, deixaram de ter centros de distribuição no Canadá.

“Ao contrário de bens de consumo intercambiáveis, sabemos que os leitores provavelmente não substituirão um livro que chega pelos EUA por um livro impresso no Canadá”, diz a carta. “Neste momento, o Canadá não tem, nem de perto, a capacidade para lidar com toda a nossa impressão e armazenamento. Esta tarifa ameaça a sobrevivência das livrarias e os meios de subsistência de milhares de canadenses”, completa o documento.

A possibilidade de tarifas sobre a importação de livros vindos dos EUA preocupa também editores canadenses. Jack Illingworth, diretor executivo da Associação de Editores Canadenses, disse ao portal Quill&Quire que a medida pouco afeta os editores independentes, mas a preocupação está na sobrevivência dos livreiros. “Estamos preocupados com a viabilidade dos livreiros, o potencial de retaliação dos EUA e o impacto a longo prazo de abandonar a prática do Canadá de manter a cultura fora da mesa em disputas comerciais”, disse Illingworth ao portal.

“Livros não são passíveis de serem substituídos por outra coisa de mesma espécie, como cortinas ou queijo. Alguém que quer um livro específico quer apenas aquele livro. Embora adoraríamos que os leitores explorassem a riqueza de livros fantásticos publicados no Canadá que estão no mercado, seria um erro limitar as escolhas que estão disponíveis no mercado”, completou ele.

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