A Record acaba de publicar Os rostos que tenho (266 pp, R$ 59,90), livro póstumo de Nélida Piñon. Em 147 capítulos curtos, a imortal deixa o seu testamento literário.
Nélia Pinõn acreditava na importância de deixar rastros. Rastros de existência, da própria criação, de palavras que se incorporam a um legado para os que ficam.
Nas 266 páginas deste volume, o leitor vai encontrar a extensa pluralidade de máscaras que flutua pelos meandros da vida, da arte e da mortalidade.
A primeira escritora a se tornar presidente da ABL sabia do papel social e literário que exercem os registros que deixamos, as memórias que nos empenhamos para preservar.
Através de textos curtos, Nélida mergulha em suas próprias máscaras, tecendo um balanço de vida coeso, complexo e multifacetado. Os rostos que tenho apresenta ao leitor recortes de sua infância, na qual as línguas espanhola e portuguesa se entrelaçam, criando uma sinfonia cultural que ecoa através de sua vida e de sua literatura.
O leitor terá ainda a chance de a conhecer sua relação íntima com a palavra, com a criação, com os seus contemporâneos. Em uma reflexão profunda sobre a mortalidade, reconhecemos a preciosidade de seus rastros e vontades de memória.