Nesta semana, dois institutos de pesquisa divulgaram estudos que dão pistas sobre o desempenho do varejo de livros no Brasil.
O primeiro deles é a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo IBGE. Em junho, no geral, o comércio varejista apresentou estabilidade em relação ao mês anterior. Na comparação anual, com junho de 2022, o IBGE detectou crescimento no varejo como um todo.
Especificamente olhando para o setor de “Livros, jornais, revistas e papelaria”, O número é positivo em 1,2% na comparação mensal. Já na comparação com 2022, o setor apresenta queda de 3,5%. O IBGE apronta que este foi o quinto mês que o setor apresenta queda para este indicador anual (comparando junho de 2023 com junho de 2022).
O outro estudo é o Painel do Varejo de Livros, realizado pela Nielsen em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). O que o estudo aponta é uma desaceleração do ritmo de crescimento. Aqui vale observar que o período de apuração da Nielsen é de 19 de junho a 16 de julho. Inclui, então, o Prime Day (11 e 12/07), famoso no calendário da Amazon por oferecer produtos com descontos agressivos.
Em comparação com o mesmo período de 2022, o Painel detectou queda de 8,9% no número de exemplares vendidos. Os estabelecimentos monitorados pelo instituto de pesquisa venderam 4,4 milhões de unidades versus 4,8 milhões apuradas em 2022. Em termos de faturamento, os estabelecimentos apuraram R$ 187,83 milhões, diminuição de 1,84% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado ruim apontado pelo Painel em julho, no entanto, não deixou o faturamento acumulado do ano no vermelho. Entre janeiro e julho de 2023, a Nielsen apurou faturamento de R$ 1,37 bilhão, contra R$ 1,34 bilhão em igual período de 2022: crescimento de 2,31%.
Isso não se pode dizer do número de exemplares vendidos, que apresentou queda de 2,96% nesta mesma base de comparação.
Este fenômeno – de aumento de faturamento com queda de número de exemplares vendidos – redunda no aumento do preço médio do livro neste período. O preço médio ao consumidor apresentou crescimento de 5,43%, saltando de R$ 43,53, em 2022, para R$ 45,89, em 2023.